sábado, 8 de agosto de 2015


O circuito é bastante simples e a modulação externa pode vir de qualquer amplificador, ou outro equipamento de som, que tenha uma potência de saída de pelo menos 5 watts. Os leitores que estudam, ou são professores nas disciplinas de educação tecnológica, podem usar este aparelho como estação de rádio experimental de modo a transmitir música e programação variada nos intervalos, ou nos períodos antes e depois das aulas.
Características:
• Tensão de alimentação: 20 a 30 volts
• Corrente da fonte: 2 A (tip)
• Frequência de operação: 550 a 1600 kHz
• Modulação: externa com 5 W (min)


Como Funciona
O transistor MJ15003 é ligado como oscilador Hartley, onde a frequência de operação é determinada pelas características da bobina L1 e pelo ajuste do capacitor variável CV1. Com uma bobina de 50+50 espiras num bastão de ferrite comum e um capacitor variável de rádio de ondas médias, é possível ajustar a frequência de transmissão entre 550 e 1600 kHz, o que corresponde à faixa de ondas médias. A realimentação que mantém as oscilações do circuito é obtida através de C1. O resistor R1 polariza a base do transistor e influi na potência do transmissor. Experiências podem ser feitas depois da montagem com resistores de 470 ohms a 4,7 k ohms de modo a se obter o melhor rendimento do circuito. A modulação em amplitude do sinal é feita com a aplicação do áudio no emissor do transistor. O capacitor C2 desacopla o emissor do transistor, desviando os sinais de RF ali presentes para a terra, enquanto que o transformador controla a tensão neste elemento a partir do sinal de áudio. Assim sendo, com o sinal de áudio temos o aumento e diminuição da corrente no transistor, com o que ocorre a modulação da portadora de RF que deve ser transmitida. Este componente responsável pela modulação, o transformador T1, é importante na montagem, pois dele dependerá a qualidade da transmissão. Usamos um transformador comum de alimentação com primário de 110 V e secundário de 6+6 V e corrente de 500 mA a 1A, não ligando a tomada central do enrolamento secundário. Na figura 1 mostramos o que ocorre quando o sinal de áudio não tem intensidade suficiente para a modulação completa da portadora de alta frequência. Nestas condições, temos menor alcance com um aproveitamento menor do que pode fornecer o transmissor.
O ponto ideal é indicado na figura 2, quando as variações do sinal de áudio provocam alterações de 100% na amplitude do sinal de RF. Obtemos assim 100% de modulação.
No entanto, deve ser evitada a modulação excessiva, mostrada na figura 3. Com mais de 100% de modulação, além da distorção do sinal de áudio no receptor, temos a produção de sinais espúrios que afetam a recepção de estações de outras frequências.

Montagem
Na figura 4 temos o diagrama completo do transmissor. Os poucos componentes usados podem ser fixados numa base de madeira, tendo por referência uma ponte de terminais conforme exibe a figura 5. Os capacitores C1, C2 e C3 devem ser cerâmicos.
O transistor MJ15003 não admite equivalentes neste circuito e deve ser montado sobre um bom radiador de calor. O resistor R1 deve ser de 2 watts ou mais de dissipação, e o capacitor variável CV1 deve ter pelo menos 200 pF de capacitância máxima. Também pode ser usado um antigo capacitor “padder” com valor acima de 150 pF. O transformador T1 tem enrolamento primário de 110 volts e secundário com tensões de 5 a 12 V, com ou sem tomada central, e correntes na faixa de 500 mA a 1A. A bobina L1 consiste em 50+50 voltas de fio 22 a 26 (AWG) num bastão de ferrite de aproximadamente 1 cm de diâmetro, e com pelo menos 20 cm de comprimento. Também pode ser usado fio rígido encapado 22 para confecção desta bobina. A bobina L2 consiste em 20 espiras do mesmo fio enrolada ao lado de L1 no mesmo bastão de ferrite. A figura 6 mostra uma fonte de alimentação para este transmissor.
O transformador da fonte deve ter um enrolamento primário de acordo com a tensão da rede local e secundário de 15+15V ou 18+18V com uma corrente de pelo menos 2 ª Os diodos são 1N5404 ou equivalentes, com 2A x 50V. A filtragem deve ser excelente para que não ocorram roncos na transmissão. Por este motivo, o capacitor de filtro deve ter pelo menos 4 700 μF com tensão de trabalho a partir de 40 V. O capacitor C3 deve ser ligado a L1 o mais próximo possível de modo a se reduzir os roncos na transmissão. O fio do positivo da fonte de alimentação também deve ser curto, ou mesmo blindado com a malha aterrada, para evitar roncos.
Para a modulação damos, na figura 7, um circuito amplificador com base no CI TDA2002. O circuito integrado deste modulador deve ser montado num bom radiador de calor e a entrada do microfone deve ser feita com fio blindado. De modo a adaptar a impedância de saída deste modulador à entrada do transmissor utiliza-se um segundo transformador que pode ser igual ao original do transmissor.
A conexão direta do amplificador ao transmissor sem o uso de transformador não é recomendada.
Prova e Uso
A prova de oscilação é feita com um “elo de Hertz”, que consiste numa bobina com 3 ou 4 voltas de fio comum e uma lâmpada de 12 V com corrente entre 50 mA e 250 mA. Colocando-se este elo próximo da bobina osciladora, a lâmpada deve acender (mesmo que com pequeno brilho) se o circuito estiver oscilando. Comprovada a oscilação, mesmo sem antena, ligando-se nas proximidades um receptor de ondas médias sintonizado em frequência livre, ajusta-se CV1 até que a transmissão seja captada. Ligando-se um microfone ao modulador e falando-se, ajuste-se o volume do amplificador modulador para que a voz saia clara e sem distorções.
Com a lâmpada ligada à bobina, falando-se diante do microfone, ela deve piscar. Para operar o transmissor experimentalmente, ligue um pedaço de fio de 1 a 3 metros de comprimento no terminal A e o terminal B à terra ou a outro pedaço de fio de modo a formar um dipolo. Depois, sintonize o sinal mais forte no receptor e ajuste a modulação de modo a ter som claro. Esse ajuste é feito no controle de volume do amplificador usado como modulador.

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